sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O senhor do tempo!




Minha jornada foi longa. Não lembro quando comecei, só sei que foi há muito tempo atrás. Minha idade remete a eras passadas, de figurinos fora de moda e fotos desbotadas. Minhas memórias reais sumiram e em seu lugar ficaram somente as lembranças emocionais.
Feri muitas pessoas, usei-as e descartei-as quando não mais me serviam, menti que amei, amei quando menti. Fui sarcástico, cruel e generoso. Deixei o tempo ser meu aliado enquanto pude. Usei-o para aproveitar o conhecimento que com ele anda junto. Busquei o controle absoluto sobre tudo e todos. Criei um escudo invisível contra o sofrimento e suas múltiplas faces.
Muitos chegaram até mim e nada conseguiram, outros chegaram desolados e eu os inflei de esperança. Fui insultado, pisado e escarrado sem chance de defesa. Desci ao inferno e de lá fui resgatado por mãos de quem eu nada esperava. Usei meu arsenal verborrágico para reagir e submergir em meio a um exército hostil e raivoso. Fui hábil e traiçoeiro usando minha inata capacidade de adaptação. Agora ele está me abandonando. O tempo já não está mais ao meu lado, em uma situação que eu sabia inevitável.
Azar.
Meu e dele, pois eu estou ajoelhado e vencido e ele está perdendo um aliado que soube lhe extrair tudo de melhor e pior que tinha a oferecer...

terça-feira, 27 de outubro de 2009

O início do fim! O extermínio



Fera sanguinária ou gente? No que aquela caçada desumana havia transformado o praça Antônio Machado? O pequeno espelho quebrado que usava para fazer a barba em volta das brasas da fogueira naquele extremo sul das Américas não respondia a pergunta.
Por que continuar ali era outra indagação recorrente. Assistiu a maioria da tropa se transformar em uma horda de assassinos e horrorizou-se com isso. A situação saíu do controle e aquilo parecia a ante-sala do inferno.
A dúvida lhe atordoava. Não conseguia compreender como aqueles rapazes recém saídos da puberdade, como ele também, dóceis e tímidos antes do início das ofensivas, tornavam-se bestas cruéis quando conseguiam capturar algum índio que vagava perdido naqueles capões. Os nativos eram grupos cada vez mais esparsos. Estavam subjugados e não ofereciam nenhuma resistência. Então, por que tamanha crueldade?
Estava cansado. Dois anos de muitas manobras, poucas batalhas e andanças sem fim. Tinha vinte e dois anos, mas sua alma estava envelhecida. Havia presenciado muito mais coisas que os velhos de Douro, sua região natal.
A exaustão era completa. Não via a hora de embarcar de novo para Portugal. Ainda mais agora, quando percebeu que a promessa do ouro dos padres não se concretizaria.
Vinha tendo pesadelos frequentes. As faces tomadas de pavor dos pequenos indios, ele com uma enorme cimitarra na mão. Não. Não era ele. Era o soldado Gusmão. O Gusmão não havia morrido de tosse brava há algumas semanas? Acordava com o coração aos pulos e o corpo dolorido. Precisava acabar com aquela rotina de caçadas, andanças sem fim e morte. Aliás o cheiro da última havia se impregnado nele. Não era a morte branca e sim a morte índia. Uma sensação de culpa desabava com o peso do chumbo sobre ele.
A mãe a entoar doces canções de ninar à beira do catre. A lealdade ao Rei. A sua vida estava fragmentada. Lembrou do plano de dar ao primeiro filho o nome do avô. Não! Não teria filhos. Seria impossível olhar a criança sorridente sem lembrar o rosto dos pequenos nativos que vira morrer. Ele desceu ao mais baixo lodo.
Naquela alvorada fria de 1756, o praça Antônio Machado olhou o céu já limpo de estrelas. Pelo menos elas não testemunhariam o que ainda viria no decorrer da manhã...

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um estranho na multidão!




Os rostos são estranhos. Talvez por eu ser um estranho. Passam rapidamente por mim. Curiosamente procuram um contato visual e encontram o obstáculo do meu impenetrável óculos escuros. A calçada é estreita para o enorme fluxo de pessoas. Workholics apressados fazem malabarismos improváveis para ganhar tempo e dianteira dos demais. Filas quilométricas saem das lotéricas. Máquinas de sorvetes e expressões ansiosas aguardam a vez. Artesãos ambulantes sentados no meio fio exibem suas obras em tapetes estendidos no chão.
O fato de eu não gostar do olho no olho não denota falsidade. A viagem é outra. Observar e estar protegido de um possível intruso. Meu olhar poderia me denunciar? É bom não arriscar.
O velho sentado em uma dessas cadeiras de abrir na esquina do banco me puxa pela camiseta "tenho todo tipo de ervas e chás para qualquer enfermidade,filho!". Sorrio sem responder. E as doenças da alma, o senhor sugere o quê?
Apresso o passo. Os primeiros pingos de chuva na abafada tarde de verão se precipitam sobre a multidão. Me abrigo debaixo de uma marquise da loja de eletrônicos. Sou espremido contra o vidro da vitrine por pessoas tentando não se molhar. O jeito é esperar Olho para dentro da loja e vejo um gestual vendedor fazendo uma explanação provavelmente sobre as vantagens que aquele casal do interior vai ter em adquirir a reluzente máquina de fazer pão. Um corpulento senhor pisa no meu pé direito. Porra! Foi-se a minha unha. "Desculpe!". Resolvo continuar minha andança, mesmo com chuva. Agora os poucos que se aventuram a confrontar os pingos agora gelados me olham com mais curiosidade. Ah, os óculos escuros! Sinto muito, mas não estou preparado para o mundo e suas cores reais. O cabelo gruda na minha testa, a camiseta nas costas.
Quanto vale uma vida normal? A vida como a que essas pessoas que se assustam com uma chuva revigorante dessas? Ou que vivem uma constante disputa contra um adversário que sequer conhecem? Bem, eu já não luto mais. Decidi trazer o adversário para o meu lado. Observo e isso me basta. "Olha o arco-íris!" . Não enxergo por causa dos óculos escuros e as cores são muito fortes...

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Banquete com mendigos!



Eles foram chegando aos poucos. Uns vinham solitários, outros em duplas, desciam das velhas carroças puxadas por animais muito maltratados.
Suas cabeças eram enormes, desproporcionais aos corpos esquálidos, que nadavam nas roupas extremamente imundas. Os homens usavam cartolas amassadas, rodopiando bengalas em um andar à Carlitos. As mulheres, com enormes coques no alto da cabeça, o cabelo empastado de óleo, os vestidos rasgados, de um colorido desbotado pela exposição ao tempo, faziam o par de um dueto desafinado, mesmo tendo emergido da mesma lama.
Tentavam andar em sintonia, subir os cem degraus, onde um mordomo afetadamente polido aguardava para conduzí-los ao enorme salão onde o banquete estava posto para cem pessoas. Muitos, debilitados por doenças infecciosas adquiridas na podridão fecal das sarjetas, traziam no colo crianças pequenas cobertas de icterícia. Os cães ladravam e se pegavam em um embate medonho, antevendo a disputa pelos restos de comida.
O tapete outrora vermelho, tornara-se marrom devido à sujeira que traziam impregnada em cada poro. Muitos não suportaram a longa escalada e caíam ora arrastando escadaria abaixo seus pares, causando uma gritaria louca que ecoava no vale de chão estéril em que o imponente castelo se localizava.
O cheiro acre e fétido, exalado de seus corpos se misturava ao odor do assado, enchendo suas bocas de uma saliva transbordante aos lábios rachados. Os trinta que conseguiram chegar ao topo, junto ao enorme portão com grades de um metal forjado em eras longínquas, foram instruídos a não levantarem as tampas das brilhantes e ovaladas travessas de ouro puro. Aguardassem o anfitrião que logo apareceu totalmente desprovido de vestimentas. O corpo frágil, o cabelo longo e esbranquiçado, a pele enrugada como que solta sobre os ossos. O diminuto orgão sexual caído sobre o enorme saco escrotal, que foi cuidadosamente ajeitado de modo ao ancião não sentar por sobre aquela anormalidade. Olhou para o mordomo, que anunciou o início daquele dantesco espetáculo. Podiam se servir. O barulho metálico dos talheres lembrava os preparativos para uma batalha medieval onde os sobrevinentes penavam em anos de abandono. Levantaram as fumegantes tampas, que lhes queimavam a endurecida pele das mãos, e deram com as vasilhas completamente vazias.
O anfitrião os observava com os dedos entrelaçados, servindo de suporte para a cabeça. A fisionomia matreira e divertida, principalmente devido aos olhos miúdos e muito astutos, abrangia a todos. Os convidados o olhavam, sem entender nada e com uma expressão ridícula, de decepção, estampada em cada rosto.
O velho explodiu em uma gargalhada histérica, que retumbou muito tempo por todos os recônditos do reino.

sábado, 10 de outubro de 2009

O homem do sapato 38!




Havia comprado na liquidação. Último par. Trinta e nove reais e noventa e nove centavos. Baita negócio, principalmente na situação em que se encontrava. Mesmo que fosse um número menor do que calçava.
Ao mesmo tempo em que parecia mais radiante e o sol fustigava com força, as coisas pareciam mais vivas, as cores chegavam a doer nos olhos.Não estava mais acostumado com aquele movimento alucinado do Dezembro pré-Natal. Ao passar pela frente do empório, lá estava ele, da cor do sangue em inicio de coagulação. Droga! Já havia trabalhado em um laboratório recolhendo o liquido que muitas vezes esguichava rubro,outras quase preto e desde então sempre que se deparava com algo avermelhado associava, inclusive gostava de carne mal-passada,mas não olhava ao levar à boca.
Os doze anos preso o levaram a um processo de interiorização grande. Primeiro uma enorme depressão, perdeu dez quilos, o resto da pouca inocência que ainda lhe restava e ganhara um enorme cicatriz que começava no canto da boca e ia até a orelha. Coisa feita com precisão cirúrgica por um homicida encarcerado há muito, muito tempo com um estoque de dez centímetros. Mostrar quem manda ou coisa do gênero. Dois dias na enfermaria, três dentes quebrados e a volta à rotina da cela.
Bem, havia saído pelo beneficio do indulto de Natal e ali estava. Ruas estavam pequenas para o grande fluxo de pessoas, casais de namorados, crianças fazendo um barulho tremendo diante das parafernálias e estratégias das lojas para atrair a atenção dos consumidores. Estava com fome e dispunha de dez reais. Comeria um xis e tomaria uma cerveja. E daí que fosse todo o dinheiro? Merecia esse luxo. Respirava o ar que para muitos era impuro devido aos carros com uma avidez de quem passara muito tempo com o cheiro de excrementos impregnado na própria alma.
As visitas na prisão se resumiam a um velho tio que ajudara a criá-lo. A família, o pai, a mulher e os filhos nunca apareceram. Ele havia pedido por carta que não o vissem naquela situação. Eles respeitaram, para sua tristeza. Imaginara que não seguissem sua orientação e mesmo assim fossem vê-lo.
Doze longos anos e uma estada no inferno. Conhecera muita gente, alguns realmente criminosos irrecuperáveis,outros pareceram que acabaram ali por incapacidade e despreparo para atender as ânsias de uma sociedade autofágica.
O estômago que aguentasse. Iria descer até o bairro.Precisava pelo menos visualizar os filhos e a mulher. Os pés doíam muito , o sapato era realmente muito apertado, fôrma pequena. Vinte quarteirões de suplício. Tirava os sapatos? Não. Se alguém o reconhecesse com aquela barba pelo menos estava com um sapato novo. Que idade teria o mais velho? Dezoito ou dezenove? Não tinha certeza. A caminhada era uma legítima via crucis e parava a cada dez ou quinze passos. Recontava mentalmente quanto ainda faltava. Agora oito quadras. Sete e meia. Quem sabe parava um pouco,tirava os sapatos um pouco e depois retomava a caminhada. Não! Quem sabe aquele sofrimento todo não fosse parte daquele processo que havia começado quando o tio lhe trouxera em mãos o primeiro livro que lia desde os anos de primário.Ai começou, outros vieram. Um projeto social que levava livros a prisões, orfanatos e asilos ajudou a tomar conhecimento de autores de nomes complicados e que a princípio pareciam não escrever nada com nada. O tempo foi seu aliado e não teve pressa. Quando acabava a obra, reiniciava com total abnegação. Aquelas palavras tinham de ter sentido. Tinham que representar algo. Eles foram sua companhia durante todo aquele tempo.
Agora a volta. Estava no quarteirão em que a rústica casa de madeira crua ficava. Eram dez horas da manhã de sábado. A vizinhança havia mudado um pouco. Algumas casas novas foram construídas. Haviam feito calçamento na rua central. Muitos cães soltos em meio à rua. O pequeno boteco de seu Silas ainda com muitos desocupados bebendo cachaça. O número 888 apareceu impactante em uma conexão rápida entre cérebro e batimentos cardíacos. Os pés amassados. O coração saltando pela boca. Doze anos. O mundo estava ali, mas muito diferente. As pessoas pareciam mais atarefadas nas casas. O menor teve meningite o tio havia contado há tempos. A mulher estava em uma indústria têxtil. O que diria? Se apresentaria como o esposo e pai? Um pária encarcerado doze anos a fio que não contribuíra para a criação das crianças, não estivera ali quando haviam adoecido, não os vira crescer. Deixara a mulher desesperada quando se envolvera naquele mundo das aparentes facilidades que resultaram naquele desastre. O barulho era de alegria dentro da casa. Música alta, gargalhadas. Parou. Não iria chorar. Havia perdido essa capacidade dentro da prisão.
Precisava daquilo, voltar e á partir dali decidir o que fazer. Colocou a mão no portão e a manteve por um tempo que não saberia dizer.Será que precisaria se livrar daquela parte do passado para ser novamente livre? Respirou fundo, retirou a mão do metal frio e seguiu adiante...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A morte é horizontal!






Era incrível que não estivesse sentindo dor. A questão era ser ou não bom ainda estar consciente. Um calor úmido espalhava-se pelas costas. Era o próprio sangue.
A certeza que morreria se não fosse logo socorrido, para sua surpresa não o desesperava. Estava em uma espécie de limbo, pois os fatos em sua volta pareciam passar em um aparelho de tevê em slow-motion e ele fosse um mero expectador. Mantinha os olhos abertos involuntáriamente e não controlava mais nenhuma função motora. Havia tombado ao lado da cama.
Os agressores continuavam na casa, ruídos e conversa vinham do corredor. Algo tinha contecido a sua audição pois as palavras pareciam vir do fundo de uma caverna.
Eles pensavam que haviam-no matado. O atirador chegou a se aproximar, chutando e mexendo em seu corpo, sendo levado a ter certeza da morte também pelo sangue jorrado em grande profusão.
Chegou a se indagar se realmente não estava morto. Como poderia estar assistindo toda aquela movimentação estando com aquele pavoroso ferimento na cabeça? Conseguia distinguir a pouca distância um pedaço do seu crânio, com o couro cabeludo ainda preso. A imagem de uma enorme aranha caranguejeira lhe veio à mente.
Foi arrancado daquela espécie de delírio quando lembrou que estava na hora da esposa chegar do trabalho com o filho. Um horror primitivo invadiu seu corpo e níveis elevados de adrenalina contrastavam com a imobilidade de seu corpo. Parecia que havia engolido uma enorme pedra de gelo.
Também matariam sua família? Provavelmente sim se fossem descobertos. Tentou imaginar alguma saída, alguma atitude que pudesse alertá-la do perigo letal que lhe esperava na casa.Não era possível. O corpo o abandonara.
Havia caído de bruços e sua cabeça ficara em uma posição alinhada ao piso frio. Dali conseguia enxergar os pés dos assassinos por baixo da cama.
Ouviu ao longe o barulho do motor do carro chegando e estacionando. Batida da porta e acionamento do alarme. "Não subam meus amores, não subam!". Ouviu o tlac tlac do salto da mulher no andar abaixo. Talvez achasse algo para fazer ou fosse até a geladeira e pegasse algo para comer e nesse interím de tempo um milagre acontecesse e alguém ou algum vizinho batesse à porta para pedir algo assustasse os bandidos e eles fugissem pela janela. O barulho cessou.
"Deus, não os deixe subir!". Os pés com os tênis brancos sumiram do seu campo de visão e o outro com os sapatos sujos com padaços de grama apenas retrocedeu em direção à porta.
Algo aconteceu na parte inferior do sobrado. Chegara a imaginar que haviam cortado os fios do telefone, mas ouviu a chamada e a voz da esposa atendendo, mas não entendeu o que falava.
A conversa parou. Silêncio. Novamente os passos, agora subindo as escadas. "Por favor amor,pare!". Agora não enxergava mais os pés com sapato preto. O sapato vermelho da mulher apareceu entrando no cômodo. Parou e seguiu em direção à janela. Sentiu alguém virando sua cabeça. A esposa o olhava nos olhos e disse...
-Belo trabalho, rapazes. Vocês trouxeram a serra e o plástico para desmembrar o corpo?

* Conto originalmente publicado no site "Beco do Crime" http://www.esquinadoescritor.com.br/beco_do_crime/

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O jovem Elvis!




Quando meu pai entrou porta adentro naquele 16 de agosto de 1977 e formal anunciou "Elvis morreu!",meu mundo não tão vasto para alguém que contabilizava seis anos literalmente desabou.
Como assim morreu? O herói dos meus filmes da "Sessão da Tarde" simplesmente morrer? Depois do mergulho inacreditável do penhasco em La Quebrada no filme "Seresteiro de Acapulco",morrer assim do nada...
Naquela época,pré antena parabólica,pré RBS TV,pré praticamente tudo,nosso aparelho televisor era uma enorme caixa de madeira,funcionava em preto e branco e tinha um opcional vidro azulado para simular cor. Às vezes saia do ar e levava muitas horas até voltar com a programação Global-Teve Gaúcha,o único canal disponível.Pela manhã,assistia o Sítio do Pica-Pau Amarelo com as aventuras da Narizinho,Pedrinho,Visconde e sua trupe.Pela tarde os filmes muitos reprisados do Jerry Lewis, Tarzan,da cadela Lassie(que dizem era macho),Daniel Boone e os meus preferidos-os do Elvis.
Um heroi perfeito. Cercado de garotas, boa-pinta,bom de briga, um vistoso topete e ainda cantava horrores.Era difícil a semana não reprisar alguns dos títulos que eu sabia de cor,afinal Elvis era o bicho.
Quando reprisaram alguns shows recentes para homenageá-lo,fiquei sem entender.Quem era aquele coroa grandalhão balofo e ofegante que esquecia a letra das músicas? Não,não e não.Do alto da sabedoria da minha meia dúzia de anos decretei-isso é uma farsa! Como pode o jovem e cantante herói ter morrido e ainda aparecer na tevê cantando e ainda por cima deformado? Definitivamente escolhi a primeira versão do Rei do Rock,virei as costas para a televisão e saí serelepe para brincar...